sábado, 22 de maio de 2010

O menino e a cicatriz

Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia. Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não freqüentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio.

A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão: Que não poderia tirar o menino do colégio, e que conversaria com o menino e ele seria o primeiro a entrar em sala de aula, e o ultimo a sair, desta forma nenhum aluno via o rosto do menino, a não ser que olhassem para trás.

O professor achou magnífica a idéia da diretoria, sabia que os alunos não olhariam mais para trás. Levado ao conhecimento do menino da decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição: Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o porquê daquela CICATRIZ.

A turma concordou, e no dia o menino entrou em sala dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:
- Sabe turma eu entendo vocês, na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri: Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava roupa para fora, eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade...
(A turma estava em silencio atenta a tudo).

O menino continuou: além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.

(Silêncio total em sala..)

- Foi aí que não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeiras pegavam fogo e estava muito quente... Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chamas.

Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha, eu via minha mãe gritar: "Minha filhinha está lá dentro!" Vi no rosto de minha mãe o desespero, o horror. E ela gritava, mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...

Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e coloquei ele no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar. Saí entre as pessoas e quando perceberam eu já tinha entrado na casa. Havia muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha...

Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei lá, ela estava enrolada em um lençol e chorava muito... Nesse momento vi caindo alguma coisa. Então, me joguei em cima dela para protegê-la, e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto...
(A turma estava quieta, atenta ao menino e envergonhada)

Então, o menino continuou: Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha, beija minha CICATRIZ porque sabe que é marca de AMOR.

Para você que leu esta história, queria dizer que o mundo está cheio de CICATRIZES.
Não falo da CICATRIZ visível, mas das cicatrizes que não se vêem.
Estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas, sejam com nossas palavras ou nossas ações.

Há aproximadamente 2000 anos JESUS CRISTO, adquiriu algumas CICATRIZES em suas mãos, seus pés e sua cabeça. Essas cicatrizes eram nossas. Mas Ele, morreu em nosso lugar, protegeu-nos e ficou com todas as nossas CICATRIZES.
Essas também são marcas de AMOR.

"Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona. Apenas AME, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação."

“Senhor, instrua-me acerca do que devo ensinar, ensina-me acerca de que maneira devo me corrigir”.
(Santo Agostinho)

2 comentários:

Luis disse...

Lu e Dani,
Estou com o olhos marejados de lágrimas pela história linda que trouxe para aqui.
Realmente as cicatrizes refletem muitas vezes actos de Amor e Abgenação, que foi aqui o caso!
Um beijinho muito amigo.

Luis disse...

corrijo abnegação

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