domingo, 17 de outubro de 2010

Favores

O homem ideal - afirmou Aristóteles - sente alegria em fazer favores aos outros.

O que está por trás de um favor?

Talvez tenhamos, como sociedade ansiosa e inquieta que nos tornamos, atribuído um valor insignificante a ele. Por isso, cabe refletir com mais tempo sobre o tema.

Por trás de um favor, seja ele pequeno ou grande - como se diz - há um movimento fundamental: a doação.

Doação que começa pela atenção, passa pelo tempo despendido e, por vezes, chega a conteúdos maiores ainda.

Toda vez que prestamos um favor a alguém estamos, de certa forma, dizendo que naquele momento, o da ação em prol do outro, ele é mais importante do que nós.

Deixei de fazer o que estava fazendo pelo outro. Dividi meu tempo com o outro. Sacrifiquei-me, de alguma forma, pela outra pessoa.

Esta postura é das mais nobres que existe pois constitui a essência da caridade.

Obviamente estamos considerando aqui o favor desinteressado, realizado pelo prazer de ajudar, de contribuir com a felicidade do outro.

Qualquer outra modalidade de favor passa a perder a essência desta ação benévola e podemos chamar de algum outro nome que não este, obedecendo à linha de razão de nossa breve análise.

Um outro detalhe que vale a pena ser analisado, no mundo dos favores, é a recompensa íntima imediata que nos trazem.

Há um sentimento - que na maioria das vezes passa rapidamente pelo nosso coração - de prazer, de alegria.

É a alegria do chamado homem ideal de Aristóteles, que percebe sua consciência identificando uma ação no bem.

O que acontece nesses momentos - ainda breves na vida da maioria de nós - é uma celebração da consciência, bem lá onde estão escritas as Leis de Deus.

Ela percebe a Lei do amor sendo vivenciada com beleza e envia-nos o sentimento de satisfação, de alegria, de prazer.

Não há quem não se sinta bem fazendo o bem. E nos favores existe o bem sendo praticado em diversas nuances distintas.

Cada um tem seus deveres, responsabilidades e precisa dar conta deles, é certo. Mas, porque não posso, em alguns momentos, ajudar o outro a conseguir cumprir suas tarefas?

O sacrifício que iremos fazer - quando houver realmente sacrifício - é muito pequeno, perto da alegria de ter sido útil na vida de alguém.

Não façamos pela recompensa. Não façamos pelo reconhecimento. Façamos pelo prazer de ajudar.

Perceberemos que a vida nos retribui constantemente os favores que prestamos, pois quando estamos a fazer algo por alguém, de coração, sem segundas intenções, uma aura de paz nos envolve e nos protege.

Naquele instante somos como que missionários do amor na Terra. Somos soldados da paz, modificando o mundo, espargindo o bem pelos cantos.

Da próxima vez que você ouvir as palavras: Você me faz um favor? - pense bem antes de negar. Veja em cada pedido desses uma oportunidade de ser mais feliz.



Redação do Momento Espírita.
Em 23.09.2010.

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